Se eu pudesse descrever ao menos como é sentir que o vazio se transforma em dor, que se transforma em ondas de mágoas que transbordam conforme as marés dos olhos enchem, começaria mais ou menos assim: Eu me apaixonei, mas a paixão não andou de mãos atadas comigo, então eu caí no primeiro buraco que havia pela frente. Eu estive pensando no problema que todos enfrentamos de olhar para alguém que quer nos dar algo grandioso, e sentir que nossos braços são curtos demais para segurar. O fato é que, nos parece mais fácil abraçar o que é pequeno, como se fosse mais cômodo para nós, a possibilidade de sentir que conseguimos envolver e suportar o peso, de algo que na verdade, é desprezível. O fato é que, me esforcei tanto pra manter entre minhas mãos o menor sentimento do mundo, que cuidei com tanto apreço que esqueci, que o meu amor era tão grande, tão brilhante, que ofuscou aquilo, que entre meus dedos se esvaiu.
O Mundo não vai Ler
sábado, 26 de novembro de 2011
Maré de dor
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Créditos
A única forma de botar isso pra fora é pelos olhos. Esse sentimento esmagador é uma decepção descendo garganta abaixo como saliva ácida. É excruciante se submeter ao mesmo martírio novamente, chorar as mesmas lágrimas, lamentar utilizando as mesmas palavras, e soluçar falta de entendimento acerca da forma como as pessoas se portam diante dos seus sentimentos. Elas pedem carinhosamente pra entrar na sua vida, tropeçam nos seus sentimentos, tão delicadamente adormecidos, pelos quais pediu cautela ao entrar, derrubando suas defesas, não para que confie, mas para que o golpe seja certo, cause dor intensa e marque a alma. É trágico, não é? Eu acho que sou trágica, mas sou também realista, sou forte, sou fraca, sou muitas coisas para começar a divagar sobre o que sou e minhas várias formas de ser, talvez seja melhor dizer que não sei ser nada. E nesse vazio eu me martirizo por não controlar esses pensamentos, que entram sem permissão, e invadem todos os espaços cerebrais ligados a lembranças, sentimentos. Lóbulo frontal, por favor, piedade de mim esta noite. Esta quase madrugada é que vai me matar, é nesse frio que meus pés não encontrarão outro par pra esquentar, esses dedos tortos e tão criticados, agora duros e roxos de desamparo. Eu vi os sinais, sabia que se não ligasse aquela noite, significaria para sempre um fora de área, ocupado ou até número inexistente. Eu sei que mesmo que ouvisse a sua voz, não bastaria pra me manter calma o suficiente para fechar os olhos e sonhar com qualquer coisa que o valha, a não ser você. E isso não vale de nada agora, afinal. Não sei, acho que exagero por não saber o que fazer, e quando o sei, exagero também. Não venha me dizer que não tem créditos para me telefonar, te dou crédito há anos, e você nunca se importou em usá-los a nosso favor. E o que está á nosso favor, nessa vida? E nem em outra, nada nunca esteve do nosso lado, nem o destino, nem ninguém mais, não há nada além dessa corda imaginária atada em você e em mim, que nos dá espaços em um dia inteiro, mas á noite nos puxa de volta para onde pertencemos. Fran
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Penfold - June
Esse quarto agora está vazio. E eu sei que isso não pode machucar mais do que já machucou. Tudo a minha volta está desmoronando e caindo aos meus pés, e eu desejo que você possa entender porque estou tão chateado por ver essas coisas que eu nunca poderei ter, enquanto minhas mãos tremem de raiva, mas meus olhos se enchem de lágrimas que tem gosto de sal. E é difícil de levantar, me levantar do chão enquanto rio de mim mesmo, “se eu pudesse”, pensando comigo mesmo, “se eu pudesse”. Eu estava perdido no mar e você me deixou afundar, e agora quero andar por milhas, deixar a chuva me encharcar até eu sorrir. Está tarde demais agora, mas eu não ligo, quero segurar em mãos tão encharcadas quanto as minhas, e pela primeira vez na minha vida eu quero chorar e rir ao mesmo tempo. E eu estou quase feliz, por querer que alguém novo preencha esse espaço dentro de mim. (Adaptação da música June) Fran.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Me odeie
Meu maior desejo é que você me odeie. Que me odeie de forma pejorativa, lasciva e infinita. Me insultando por aí com suas mentiras, e com suas verdades. Me envie mensagens furiosas de vingança e dor. Grite. Sorria insanamente. Isso parece absurdo, eu sei. Mas não me esqueça, por favor, não me perca de vista, ao seguir adiante por esse caminho que eu desconheço. Não me jogue ao vento como palavras soltas, nem me venha com frases prontas, de que foi bom enquanto durou, e que não foi porque não era pra ser. Acho que tem que ser como era. Tem que ser como você me prometeu, com um sorriso tímido, me entregando suas esperanças para que eu cuidasse, e eu fiz a minha parte sim, criei um mundo pra nós, com palavras doces e um futuro bonito, simples do jeito que queríamos, o pintei de rosa como um pateta apaixonado, e desejei que nunca tivesse um fim. Eu não sinto que nasci pra viver sem você, e a prova disso é que quando você não está aqui, eu me desligo do mundo, não vejo o farol vermelho, e aquele episódio de Friends simplesmente perde a graça. Eu nasci pra amar, isso é um fato. Mas a escolha por amar você também é sólida como o chão que eu piso. Por isso o que eu quero é que você me odeie. Que você siga essa linha tênue que fica entre o amor e o ódio, e venha pro meu abraço mais uma vez. Fran